29/11/2010

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 Biologia


Albino Fonseca     cap. 35. pg.318



Glândulas

Glândulas são órgãos que produzem, armazenam e eliminam substancias. Essas substancias produzidas por elas são as secreções.
Glândulas endócrinas ou de secreção interna são aquelas que lançam seus produtos – os hormônios – diretamente no sangue. Como exemplo de glândulas endócrinas cita-se:
Hipófise, a tireóide, as paratireóides, as supra-renais, as gônadas, e o pâncreas. O conjunto dessas glândulas denomina-se sistema endócrino, e seu estudo é conhecido como Endocrinologia.
O sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, faz a coordenação do nosso corpo, colocando em harmonia as suas partes, relacionando umas às outras de maneira regular.

Os hormônios

os hormônios são compostos orgânicos de natureza química variada atuantes nas reações do metabolismo, do crescimento das funções reprodutoras e do desenvolvimento em geral.; desempenham um papel importantíssimo na homeostase, regulando os níveis  de vários componentes do plasma sangüíneo.
Os hormônios circulam pelo sangue, indo do seu ponto de origem ate o local de sua  atuação. Atingindo o seu destino-a célula-alvo, ligam-se a um local especifico da membrana plasmática dessa célula denominada receptor. Com isso ocorrem alterações químicas dentro da célula, desencadeando uma reação especifica: secreção de alguma substancia contração muscular, etc.
Verifica-se que o mesmo hormônio pode ter mais que um alvo.
É interessante assinalar que o hormônio de uma glândula pode interferir na produção de hormônio de outra glândula, num mecanismo conhecido como feedback.
Feedback ou retroalimentação é um mecanismo cujo funcionamento glandular depende da concentração dos hormônios que inter-relacionam glândulas. Por exemplo, a porção anterior da hipófise produz o hormônio TSH, que estimula a tireóide, fazendo com que esta produza seus hormônios (T3 e T4). Aumentando a concentração de Te T 4, há um bloqueio na produção do hormônio TSH pela hipófise. Com isso a hipófise deixa de estimular a tireóide e cai o nível de T3 e T4.  Caindo o nível desses hormônios, deixa de haver o bloqueio, e, assim, a hipófise retorna a produzir TSH. E assim sucessivamente.

tireóide

A glândula tireóide situa-se na porção anterior do pescoço sobre os primeiros anéis da traquéia. Produz os hormônios T(triiodotironina)T(tetraiodotironina ou tiroxina) e calcitonina.
Os hormônios T3 e Testimulam as atividades metabólicas, atuando no crescimento e no desenvolvimento do individuo.
O hipotireoidismo ou deficiência na produção de T3 e Tproduz os seguintes sintomas: pele grossa e áspera (mixoedema), comportamento físico lento, cabelos secos e quebradiços, freqüência cardíaca abaixa do normal, aumento de peso, intolerância ao frio e apatia.
Quando o hipotireoidismo ocorre na criança, afeta o seu desenvolvimento físico e mental, produzindo-lhe o nanismo e retardamento mental (cretinismo).
Hipertireoidismo, ou produção excessiva de T3 e T4, o estimulo sobre o metabolismo torna-se forte de mais. Nessas condições em que a taxa metabólica é muito maior do que o nível normal, apesar do grande apetite que sente e da ingestão de alimento, a pessoa sofre perda de peso, diminuindo o volume muscular e o volume do tecido cutâneo. O Paciente sente muito calor e transpira muito, tendo pulsação e circulação rápida. Alem disso, pode apresentar uma leve tumefação da glândula e exoftalnia, isto é, seus olhos ficam arregalados.
 A Calcitonina estimula o deposito de cálcio nos ossos e a diminuição desse elemento no plasma sanguíneo, atuando de maneira inversa à do hormônio das glândulas paratireóides.


GLANDULAS PARATIREOIDES


As paratireóides constituem dois pares de glândulas situadas na porção posterior da glândula tireóide.
Seu hormônio – o paratormônio – retira o cálcio dos ossos, aumentado o nível desse elemento no sangue. Esse hormônio em conjunto com a calcitonina secretada pela tireóide, funciona em feedback negativo para manter o nível de cálcio no sangue.
O hipoparatireoidismo produz uma queda no teor de cálcio no sangue. Como conseqüência ocorre uma hiperexcitabilidade muscular, conduzindo a um quadro de convulsões. Se o individuo não for tratado com paratormônio poderá chegar a uma tetania que o levará à morte.

Talamo e hipotalamo

O tálamo é uma região ricamente povoada de corpos celulares de neurônios. Situa-se entre o cérebro e o tronco cerebral. É ele que envia informações dos órgãos dos sentidos para as áreas sensoriais do córtex cerebral e também transmite as informações motoras aos músculos. Em sua base há uma área – o Hipotálamo- que controla a temperatura corporal e sintetiza certos hormônios  para a glândula hipófise.
A glândula hipófise

A glândula hipófise ou pituitária, na espécie humana, localiza-se logo abaixo do hipotálamo, localiza-se logo abaixo do hipotálamo, encaixada numa cavidade do osso esfenóide. Seu tamanho é um pouco maior que uma ervilha. Embora seja pequena, é grande o numero de suas funções.
É conhecida como glândula mestra por se relacionar com, com praticamente todo o organismo e dirigir o funcionamento de outras glândulas.

A glândula hipófise diferencia-se em três porções:
A - adenoipofise ou anterior, (origem epitelial),
B - neuroipofise ou posterior, (origem nervosa)
C - pars intermédia ou intermediaria.
A adenoipofise produz os seguintes hormônios:
* STH (somatotrophic), também denominado somatotrofina, age no crescimento do individuo, atuando nas divisões celulares de vários tecidos.
A deficiência na produção desse hormônio na infância faz diminuir a taxa de crescimento, levando o individuo a um quadro de nanismo. Por outro lado, o excesso na produção desse hormônio na infância e adolescência leva a um crescimento exagerado, fazendo com que o individuo atinja alta estrutura, quadro conhecido como gigantismo. Se o exesso na produção do hormônio ocorrer após a adolescência, surgira no individuo a acromegalia, que se caracteriza pelo crescimento exagerado das mãos dos pés e da mandíbula.
*TSH (thyroid stimulating hormone) ou hormônio tireotrófico. Esse hormônio estimula a produção dos hormônios T3 e T4 pela glândula tireóide.
*ACTH (adreno cortic trophic hormone) ou hormônio adrenocorticotrófico. Esse hormônio estimula a secreção dos hormônios corticóides  das glândulas supra-renais.
* GH (gonadotrophic hormone) ou hormônio gonadotrófico. Por GH entendem-se o FSH (follicle stimulating hormone) e o LH (luteinizing hormone).
O FSH nas  mulheres, age nos  ovários estimulando esses órgãos a produzir  os folículos, isto é, vesículas  contendo óvulos.
Nos Homens, o FSH estimula a produção de espermatozóides pelos testículos.
Na mulher, o LH estimula a formação do corpo lúteo (corpo amarelo), na região do folículo onde havia o óvulo.
No homem, o LH estimula a produção de hormônio sexual (testosterona) pelos testículos.
* LTH (luteotrophic hormone) ou prolactina: atua na secreçao do leite após o parto. A secreção do leite é estimulada pela amamentação. À medida que a criança mama, produz-se um estimulo na hipófise para que este produza mais prolactina num feedback positivo.
  A hipófise intermediaria age na produção de hormônios que atuam na pigmentação da pele.
A neuroipofise nao é secretora. Ela apenas armazena e distribui os hormônios produzidos no hipotálamo, os quais chegam a ela através de um pedúnculo hipotalâmico. Esses hormônios são o ADH (antidiuretic hormone) e a ocitocina.
O ADH aumenta a permeabilidade à águas pelas paredes dos túbulos renais. Com a reabsorção da água, diminui a o volume de urina. Como grande parte da água volta para o sangue, há um aumento da pressão arterial; dai o nome Vasopressina também dado a esse hormônio. Lesões do hipotálamo podem levar a uma parada      na produção desse hormônio causando no individuo o quadro patolo do diabetes insípido, moléstia que exige do paciente a ingestão de mais de 10 litros  d’água diariamente, para compensar a grande perda de água pela urina a citocina estimula as contrações dos músculos  uterinos  no momento do parto. Tais contrações estimulam a glândula hipófise para a liberação de mais ocitocina num feedback positivo ate que haja o nascimento da criança.
A ociticina estimula também as glândulas mamarias no fenômeno da lactação.

Glândulas  supra-renais

Supra-renais ou ad-renais são duas glândulas  situadas  sobre os pólos superiores  dos rins. Apresentam duas regiões estruturalmente distintas: uma periférica ou cortical e outra interna ou medular.
   Os hormônios secretados na região cortical são do grupo dos esteróides e conhecidos como corticosteróides. Entre eles sitan-se os glicocorticóides e os mineralocorticóides.
   Dos glicocorticóides cita-se a hidrocortizona que diminuía permeabilidade capilar. È utilizada em medicina  como antiinflamatório.
   Dos mineralocorticóides cita-se a aldosterona, que atua nos túbulos  renais, estimulando a reabsorção dos íons Na e Cle por conseguinte, a de água , favorecendo também a eliminação de íons K+ em posterior excreção com a urina.
   A região medular das glândulas supra-renais produz dois hormônios importantes : adrenalina e noradrenalina.
   A noradrenalina tem como função principal a manutenção da pressão sangüínea.
   A adrenalina é o chamado “hormônio para situações de emergência”. Em qual quer situação que exija  uma rápida  reaçao  do organismo, esta a drenalina  pronta para isso. Em situações de susto , fortes emoções, ira,  medo ou fuga, a adrenalina é lançada no sangue , produzindo contração dos vasos, aumento da pressão arterial, aumento da freqüência cardíaca, maior concentração de sangue nos músculos e em outros órgãos, permitindo  ao organismo uma pronta reação a essas situações.

Pâncreas

o pâncreas é considerado uma glândula de função mista, pois apresenta  tanto a função exócrina como endócrina. Como glândula exócrina, elabora e elimina o suco pancreático no duodeno para atuar na  digestão de polissacarídeos, proteínas e gordura. Há também no pâncreas grupos de células denominadas ilhotas  pancreáticas ( ilhotas de langerhans), que funcionam como glândulas endócrina. Nesses maciços celulares encontra-se  as células alfa, que elaboram o hormônio glucagon , e as células beta, que produzem o hormonio insulina.
   Esses hormônios regulam a taxa de glicemia no sangue , que é da ordem de 90 a 100mg de glicose por 100ml de sangue em condições normais.
   A insulina age aumentando a permeabilidade à glicose nas  células , especialmente nas células  musculares  estriadas  esqueléticas, nas dos tecido adiposo e nas  do fígado, onde  a glicose  é polimerizada  para formar o glicogênio.
   Quando a concentração de glicose no sangue  aumenta , a quantidade de insulina é liberada pelo pâncreas para aumentar o seu consumo pelos tecidos . Quando a concentração de glicose no sangue diminui, as células alfa elaboram e lançam no sangue o glucagon, que estimula as células do fígado a despolimerizar o glicogênio ou a transformar outros  nutrientes em glicose, lançando-a em circulação para estabelecer a taxa normal de glicemia.
   Como se observa, a insulina e o glucagon apresentam efeitos antagônicos  e funcionam num mecanismo de feedback negativo para conservar os níveis de glicose dentro dos limites normais.
  Há casos em que o organismo apresenta uma deficiência na produção de insulina. Nessas condições ocorre uma hiperglicemia, isto é, um aumento na taxa de glicose no sangue de tal maneira que há uma incapacidade de reabsorção do total encontrado no fluido glomerular. Dessa forma, o individuo elimina certa quantidade de glicose pela urina (glicosúria). Se essa deficiência é permanente, o individuo esta acometido de um mal denominado diabetes melito ou diabetes sacarino.
  
Gônadas

Gônadas são os órgãos produtores de gametas e de hormônios sexuais. Podem ser gônadas masculinas  ou testículos e gônadas femininas ou ovários.
   Lembremo-nos inicialmente de que a adenóipofise secreta os hormônios  FSH e LH.
   Esses hormônios vão atuar sobre  as gônadas para que elas produzam os hormônios sexuais.
   No homem o FSH, alem de estimular a produção de gametas , estimula as células intersticiais (de Leydig) dos  testículos  a produzir os hormônios andrógenos , dos quais  o mais importante  é a testosterona. 
A testosterona, alem de estimular a espermatogênese, age durante a puberdade no desenvolvimento dos testículos e nos caracteres sexuais secundários masculinos (configuração corporal do tipo masculino, crescimento dos pelos da barba e do bigode, engrossamento da voz), alem de condicionar o aparecimento da libido (forma  de energia vital que manifesta  o instinto sexual).
   Na mulher o FSH atua  sobre o ovário estimulando o amadurecimento do folículo de graaf, que é o futuro ovulo rodeado de células. Essas células foliculares secretam o hormônio estrógeno, que, durante a puberdade feminina, faz aparecer os caracteres  sexuais femininos (alargamento dos quadris, desenvolvimento dos seios,. Distribuição de gordura  em determinados locais , amadurecimento do útero e da vagina)  alem de despertar a libido. Alem do estrógeno, os ovários produzem a progesterona, hormônio que prepara o organismo da mulher para gerar filho, no caso da gravidez.

O ciclo menstrual

   È o conjunto de reações hormonais que se sucedem periodicamente (a cada 28 dias, em geral) e que culmina  com a eliminação de um ovulo que não foi fecundado.
   Nesse ciclo de reações participam os hormônios gonadotróficos da hipófise (GH) em interação com os hormônios elaborados pelos óvulos.

   Do 1º ao 5º dia do ciclo há um sangramento pela vagina, ocasionado pela descamação da mucosa uterina no primeiro dia do ciclo. Nesse período a hipófise inicia a produção de FSH, que vai atuar no ovário, amadurecendo o folículo.
   O folículo começa a produzir estrógeno que inibe  a produção de FSH e estimula  a hipófise para secretar LH.
   O estrógeno vai atuar no útero, estimulando o crescimento de sua mucosa interna (o endométrio).
   Após a ovulação que ocorre no 14º dia , o LH estimula a formação do corpo lúteo (corpo amarelo) no folículo que liberou o ovulo. Nesse local,tem inicio a produção do hormônio progesterona, que tem um papel importante no desenvolvimento do endométrio. À medida que sua concentração aumenta, ocorre um bloqueio na produção de LH pela hipófise num mecanismo de feedback negativo.
   Nesse período, verifica-se uma atrofia no corpo amarelo. Como conseqüência , diminui o nível de progesterona. Diminuindo o estimulo sobre o endométrio, este se rompe e descama-se produzindo um sangramento. Com isso inicia-se um novo ciclo.
   O ciclo descrito foi idealizado para uma mulher em que o fenômeno ocorre a cada 28 dias. Mas, nem sempre isso acontece . O ciclo varia de uma  mulher para outra e, na mesma, pode sofrer variações.

   Se o óvulo é fecundado, forma-se no útero a placenta, que secreta o hormônio gonadotrofina coriônica, que estimula o corpo amarelo a produzir a progesterona. Dessa forma, o nível de progesterona não cai e a gravidez é mantida.



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